terça-feira, 13 de julho de 2010

O menino

E finalmente um conto, que eu consegui terminar. Sobre a vida de um grade amigo, que não deixa de se também um grande amor. Claro que não esta exatamente igual. e por ser o primeiro conto aguardo comentarios.

O menino

Era antes de tudo um menino, chegara pela noite, em dia da criação era então 7 de outubro, a data não importa muito, não nascemos afinal no dia em que chegamos ao mundo, muitos só nascem mais tarde, alguns no dia da morte, outros não nascem nunca. Mas voltemos ao menino.
            Passou muito bem os primeiros anos de infância, não gostava de ficar só. Encontrava-se sempre em companhia da mãe ou da menina. Os anos se passaram e era cada vez mais a menina e quase nunca a mãe.
            A vida sai pelos poros em cada gesto de vida valida, em alguns que não doam vida ela se sufoca dentro do corpo e morre. Um acidente de carro,  aos 7 anos e foi então que o menino nasceu, após 3 dias de gestação em um sono profundo. O menino acordou ao cantar da mãe... Ne me quitte pás...” da velha canção francesa.
            O menino tinha dentro dele muitos outros uns criados por momentos de sozinhes e outros de tão triste e doloroso motivo que dói de mais mencionar. Vivia nessa época com a mãe e seu não pai.
            O menino não sabia controlar a polifonia de vozes que existiam nele, por vezes tornava-se rude e insensível. Quando voltava a si não entendia porque estavam todos tão bravos, ate a menina que sempre o compreendera estava cada vez mais distante.
            Num malfadado dia após uma discussão com a mãe, o menino teve um novo descontrole e agora para companhia só lhe restava à mãe.
            A menina o deixara e a culpa era dele, do não pai, que deixara o menino naquele estado, o menino que estava cansado de não falar, de não gritar o que acontecia, o menino que recorrera à mãe, que não fizera caso. Sim! A mãe que disse que o não-pai era bom, e que não tinha feito por mal e que não aconteceria de novo.
            O menino tentou ouvir a mãe, mas nada apagaria o que houve, se ele pelo menos tivesse ainda a menina, tudo se tornaria mais suportável.
            Não se esquece a ferida aberta, quando se tem que olhá-la todos os dias. O não pai era taxista. O menino não sabia bem como, -mas o ódio é um monstro cego e desenfreado, que converte tudo em cinzas e solidão- cortando-se alguns fios aqui outros ali, não entendia nada de mecânica, mas a cegueira era tanta, e agora era só esperar.
             O não pai, quase morreu quando o carro desembestado rolou morro abaixo. Nem por remorso o menino foi tomado, a mãe só soube mais tarde que fora culpa dele. E o não pai se amigou de outra qualquer e foi embora.
              O menino cresceu  seu destino seria Shakespeariano, não acho crível, mas ele as vezes me conta coisas  assim, que vai viver e morrer por um grande amor. Ele, o meu Menino.
                                                                        Nathália Loiola